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Lei Maria da Penha tem 83% de aprovação da sociedade brasileira
Publicada em 24-09-2008
A maioria da população brasileira conhece a Lei Maria da Penha (68%) e sabe da sua eficácia (83%). Após dois anos de sanção da lei, completados nesta quinta-feira (07/08), a sociedade brasileira está mais vigilante e menos tolerante aos casos de violência contra as mulheres. Isso é o que revela a pesquisa Ibope/Themis – Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero, com o apoio da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), realizada entre os dias 17 e 21 de julho, com 2002 entrevistados em 142 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Dados da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 – mostram que, de janeiro a junho, foram registrados 121.891 atendimentos - um aumento de 107,9% em relação ao mesmo período de 2007 (58.417). Maior divulgação da lei, melhorias tecnológicas, aperfeiçoamento do sistema e capacitação das atendentes contribuíram com esse aumento. Parte significativa desse total deve-se à busca por informações sobre a Lei Maria da Penha, que registrou, no primeiro semestre deste ano, 49.025 atendimentos contra 11.020 (primeiro semestre de 2007). O crescimento corresponde a 346%.
Pesquisa Ibope/Themis
Com três perguntas dirigidas à opinião pública, o levantamento aferiu o grau de conhecimento espontâneo da lei. A pergunta: “Você conhece, ainda que de ouvir falar, a Lei Maria da Penha?” obteve resposta positiva de 68% dos entrevistados, contra 32% que não conhecem ou não opinaram. Na questão, a lei é mais conhecida nas regiões Norte e Centro-Oeste (83%).
A população percebe que a legislação inibe a violência contra a mulher. Do total de entrevistados, 33% acreditam que a lei pune a violência doméstica; 21% pensam que ela pode evitar ou diminuir a violência contra a mulher; e 13% sentem que a lei tem ajudado a resolver o problema da violência. Existe entre os entrevistados a percepção de que se trata de uma lei que coloca o agressor na cadeia (20%). Por outro lado, 5% acham que a legislação não tem resolvido o problema da mulher que sofre violência e 6% acreditam que a lei não funciona porque não é muito conhecida.
Na seqüência, é fornecida ao entrevistado a informação de que a Lei Maria da Penha “define as punições e encaminhamentos para as situações em que a mulher sofre algum tipo de violência de seu companheiro”. Diante de uma cartela com sete opções, 64% dos entrevistados indicaram que a legislação “só ajuda”, 19% informaram que a lei “mais ajuda do que atrapalha” e apenas 5% disseram que ela “mais atrapalha do que ajuda/só atrapalha”. Isso significa que 83% dos entrevistados têm uma percepção positiva da Lei Maria da Penha.
Quanto aos serviços, o levantamento faz a seguinte pergunta “Pelo que você sabe, de modo geral, quando uma mulher é agredida pelo companheiro, ela costuma procurar algum tipo de serviço ou apoio, ou não costuma procurar?”. Do universo total, 38% acreditam que as mulheres agredidas procuram as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) e 19% disseram que elas buscam as delegacias de polícia. Apesar da percepção do problema da violência doméstica contra a mulher e do conhecimento da Lei Maria da Penha, 42% responderam que as mulheres “não costumam procurar serviço ou apoio” em caso de agressão do companheiro.
Central de Atendimento à Mulher
Nos 121.891 atendimentos realizados neste semestre – um aumento de 107,9% em relação ao mesmo período de 2007 (58.417) – a participação das unidades da federação foi diferenciada. O cruzamento do número de atendimentos para cada 50 mil mulheres por estado revelou – ver tabela abaixo – a participação de cada unidade da federação em relação à sua população absoluta.
O Distrito Federal foi o que mais entrou em contato com a Central, com: 132,8 atendimentos para cada 50 mil mulheres. Em segundo lugar, está São Paulo (96,4) e em terceiro o Pará.
Na maioria das denúncias/relatos de violência registradas no Ligue 180, as usuárias do serviço declaram sofrer agressões diariamente (61,5%) e semanalmente (17,8%). Desses relatos (9.542), as denúncias de violência física (5.879) resultaram em homicídios (4) e tentativas de homicídios (104), cárceres privados (79) e ameaças (2.278). Os agressores são, na sua maioria, os próprios companheiros (63,9%) que, muitas vezes, são usuários de drogas e/ou álcool (58,4% dos casos relatados).
Perfil das usuárias
A maior parte das mulheres que entrou em contato com o Ligue 180 é negra (37,6%), tem entre 20 e 40 anos (52,6%), é casada (23,8%) e cursou parte ou todo o ensino fundamental (32,8%).
Chamadas que salvam vidas
O meio de comunicação em que as pessoas mais tomam conhecimento da Central 180 é o telefone público, com 21,2%. Em segundo lugar aparece a televisão com 15,1% e logo em seguida vem o serviço de auxílio à lista (102), com 12,9%.
A criação da Central foi uma resposta da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres à demanda prevista no I Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (I PNPM) para a criação de um serviço que orientasse mulheres em situação de violência. O serviço funciona 24 horas, todos os dias da semana, inclusive finais de semana e feriados.
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Dados da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 – mostram que, de janeiro a junho, foram registrados 121.891 atendimentos - um aumento de 107,9% em relação ao mesmo período de 2007 (58.417). Maior divulgação da lei, melhorias tecnológicas, aperfeiçoamento do sistema e capacitação das atendentes contribuíram com esse aumento. Parte significativa desse total deve-se à busca por informações sobre a Lei Maria da Penha, que registrou, no primeiro semestre deste ano, 49.025 atendimentos contra 11.020 (primeiro semestre de 2007). O crescimento corresponde a 346%.
Pesquisa Ibope/Themis
Com três perguntas dirigidas à opinião pública, o levantamento aferiu o grau de conhecimento espontâneo da lei. A pergunta: “Você conhece, ainda que de ouvir falar, a Lei Maria da Penha?” obteve resposta positiva de 68% dos entrevistados, contra 32% que não conhecem ou não opinaram. Na questão, a lei é mais conhecida nas regiões Norte e Centro-Oeste (83%).
A população percebe que a legislação inibe a violência contra a mulher. Do total de entrevistados, 33% acreditam que a lei pune a violência doméstica; 21% pensam que ela pode evitar ou diminuir a violência contra a mulher; e 13% sentem que a lei tem ajudado a resolver o problema da violência. Existe entre os entrevistados a percepção de que se trata de uma lei que coloca o agressor na cadeia (20%). Por outro lado, 5% acham que a legislação não tem resolvido o problema da mulher que sofre violência e 6% acreditam que a lei não funciona porque não é muito conhecida.
Na seqüência, é fornecida ao entrevistado a informação de que a Lei Maria da Penha “define as punições e encaminhamentos para as situações em que a mulher sofre algum tipo de violência de seu companheiro”. Diante de uma cartela com sete opções, 64% dos entrevistados indicaram que a legislação “só ajuda”, 19% informaram que a lei “mais ajuda do que atrapalha” e apenas 5% disseram que ela “mais atrapalha do que ajuda/só atrapalha”. Isso significa que 83% dos entrevistados têm uma percepção positiva da Lei Maria da Penha.
Quanto aos serviços, o levantamento faz a seguinte pergunta “Pelo que você sabe, de modo geral, quando uma mulher é agredida pelo companheiro, ela costuma procurar algum tipo de serviço ou apoio, ou não costuma procurar?”. Do universo total, 38% acreditam que as mulheres agredidas procuram as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) e 19% disseram que elas buscam as delegacias de polícia. Apesar da percepção do problema da violência doméstica contra a mulher e do conhecimento da Lei Maria da Penha, 42% responderam que as mulheres “não costumam procurar serviço ou apoio” em caso de agressão do companheiro.
Central de Atendimento à Mulher
Nos 121.891 atendimentos realizados neste semestre – um aumento de 107,9% em relação ao mesmo período de 2007 (58.417) – a participação das unidades da federação foi diferenciada. O cruzamento do número de atendimentos para cada 50 mil mulheres por estado revelou – ver tabela abaixo – a participação de cada unidade da federação em relação à sua população absoluta.
O Distrito Federal foi o que mais entrou em contato com a Central, com: 132,8 atendimentos para cada 50 mil mulheres. Em segundo lugar, está São Paulo (96,4) e em terceiro o Pará.
UF | Atendimento por 50 mil mulheres | UF | Atendimento por 50 mil mulheres |
DF | 132,8 | PR | 46 |
SP | 96,4 | RN | 45,4 |
PA | 79,5 | MG | 40,6 |
GO | 71,3 | PB | 39,2 |
AL | 70,7 | AP | 38,1 |
RS | 66,8 | SE | 34,2 |
RJ | 65,4 | SC | 34,1 |
BA | 64,5 | RR | 31,7 |
TO | 62,3 | RO | 29,6 |
MS | 57,4 | CE | 27,4 |
ES | 53,9 | AM | 26,3 |
MT | 50,9 | MA | 22 |
PE | 47,7 | AC | 21,5 |
PI | 5,8 |
Na maioria das denúncias/relatos de violência registradas no Ligue 180, as usuárias do serviço declaram sofrer agressões diariamente (61,5%) e semanalmente (17,8%). Desses relatos (9.542), as denúncias de violência física (5.879) resultaram em homicídios (4) e tentativas de homicídios (104), cárceres privados (79) e ameaças (2.278). Os agressores são, na sua maioria, os próprios companheiros (63,9%) que, muitas vezes, são usuários de drogas e/ou álcool (58,4% dos casos relatados).
Tipo de denúncia/relato de violência | 1º semestre de 2008 |
Violência Física | 5.879 |
Violênci Psicológica | 2.502 |
Violência Moral | 717 |
Violência Sexual | 213 |
Violência Patrimonal | 125 |
Cárcere Privado | 79 |
Total | 9.542 |
Perfil das usuárias
A maior parte das mulheres que entrou em contato com o Ligue 180 é negra (37,6%), tem entre 20 e 40 anos (52,6%), é casada (23,8%) e cursou parte ou todo o ensino fundamental (32,8%).
Chamadas que salvam vidas
O meio de comunicação em que as pessoas mais tomam conhecimento da Central 180 é o telefone público, com 21,2%. Em segundo lugar aparece a televisão com 15,1% e logo em seguida vem o serviço de auxílio à lista (102), com 12,9%.
A criação da Central foi uma resposta da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres à demanda prevista no I Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (I PNPM) para a criação de um serviço que orientasse mulheres em situação de violência. O serviço funciona 24 horas, todos os dias da semana, inclusive finais de semana e feriados.
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Fonte: THEMIS – Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero