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Ângela Portela apresenta dados sobre violência doméstica
Publicada em 10-05-2011
Ângela Portela apresenta dados sobre violência doméstica
Durante a audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) nesta segunda-feira, 09, a senadora Ângela Portela (PT) reafirmou sua preocupação em relação aos altos índices de violência doméstica em todo o Brasil. A senadora apresentou dados nacionais e regionais e ressaltou que está lutando em Brasília para conseguir recursos a serem aplicados em ações de combate a violência doméstica.
Em apresentação realizada durante o evento, a senadora destacou o artigo 227 da Constituição Federal que diz ‘ser dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão’.
Ângela disse que a violência doméstica é resultante de três fatores, ou seja, cultural, social e pessoal. Segundo ela, dados da Central de Atendimento à Mulher da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) registram que foram realizados em 2009, 401.729 atendimentos denunciando agressões contra a mulher. Em 2010 este número foi 734.416 atendimentos, aumento de 82,8%. “E de abril de 2006 a dezembro de 2010 foram 1.658.294 atendimentos”, acrescentou.
A senadora explicou que dos 734.416 registros ocorridos em 2010, 108.026 dizem respeito a relatos de violência, 63.831 referem-se à violência física, 27.433 à violência psicológica, 12.605 à violência moral, 1.839 à violência patrimonial, 2.318 à violência sexual, 447 a cárcere privado, e 73 a tráfico de mulheres.
De acordo com os atendimentos, afirma a senadora, 58,1% das vítimas são agredidas diariamente, 38% relatam sofrer violência desde o início da relação, 71,5% das vítimas moram com o agressor, 65,5% convivem com seu algoz há mais de dez anos, e 51,3% dos casos, a mulher diz correr risco de morte. Os dados relatam ainda que os filhos presenciam ou sofrem violência junto com a mãe em 84,2% das situações.
Roraima
Em Roraima, a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher registra em média nove ocorrências de violência doméstica e familiar contra a mulher, todos os dias. De janeiro a março de 2011 foram registradas 728 denúncias de agressão. Em 2010 foram mais de três mil registros. A estimativa da delegacia especializada revela que em 90% dos casos, o agressor é da própria família ou pessoa próxima.
Outro dado que chama atenção é que em 2010, o Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazaré realizou 157 partos em adolescentes menores de 14 anos.
A senadora Ângela destacou que o Estado Brasileiro precisa aperfeiçoar, e muito, os mecanismos para enfrentar estas formas de violência. “Por isso estamos nesta luta intensa em Brasília, à frente da Subcomissão de Defesa dos Direitos da Mulher. Na próxima semana, por exemplo, estaremos em uma audiência pública com a Comissão de Mista de Orçamento, onde estaremos cobrando um maior aporte de recursos a serem aplicados em ações de combate à violência doméstica, em especial, em defesa da mulher e da criança”, ressaltou.
Neuraci Soares
Roraima em Foco
Fonte: Roraima em Foco