Notícias
|
|---|
Pesquisa revela que quase metade das mulheres já sofreu violência doméstica
Publicada em 11-07-2011
Pesquisa revela que quase metade das mulheres já sofreu violência doméstica
Data: 28/06/2011
Foto: Lena Azevedo
Pesquisa sobre violência doméstica, divulgada nesta terça-feira (28/06), pelo Instituto Avon e Ipsos, revela que 47% das mulheres confessaram que já foram agredidas fisicamente dentro de casa. O levantamento "Percepções sobre a Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil" demonstrou ainda que, na região Centro-Oeste do país, o medo de ser morta é o principal motivo das mulheres agredidas não abandonarem os seus agressores. O motivo foi apontado por 21% das entrevistadas na região.
Nos estados do Sudeste, o medo de ser morta caso rompa a relação chega a 15%. No Sul, 16%. O Nordeste tem o menor índice: 13%. O estudo também mostrou que o ciúme e o alcoolismo são os principais motivos da agressão à mulher.
“Esse segundo estudo traz algumas diferenças em relação à pesquisa inicial, feita em 2009 e reafirma o que outros levantamentos têm demonstrado: o conhecimento da população em relação à Lei Maria da Penha, que é reconhecida no mundo todo como uma das melhores legislações sobre o tema. Evidencia também um avanço da sociedade em relação à identificação do machismo como principal causa da violência contra as mulheres”, afirmou a ministra Iriny Lopes, da Secretaria de Políticas para as Mulheres.
"É uma vergonha a mulher não sair de casa porque podem ser mortas. Ciúme não é paixão. É algo mais complexo. O homem acha que tem posse da mulher. E a sociedade machista é um problema porque acha que a mulher não tem direito à autoestima e nem pode falar, se manifestar", comenta a socióloga Fátima Jordão, conselheira do Instituto Patrícia Galvão, Ong que defende os direitos da mulher e consultora do estudo.
Entre as mulheres agredidas no país, 15% apontam que são forçadas a fazer sexo com o companheiro. Os homens também admitem que já agrediram fisicamente as mulheres: 38%. Além de ciúmes e alcoolismo, eles confessam que já bateram nas companheiras sem motivo (12% das razões apontadas).
A falta de dinheiro para viver sem o companheiro também é um motivo apontado pelas mulheres que não largam os seus agressores (25%).
O estudo mostrou que a sociedade não confia na proteção jurídica e policial nos casos de violência doméstica. Essa é a percepção de 59% das mulheres e de 48% dos homens. “Denunciar depende da coragem da mulher. O número de denúncias feitas ainda é pequeno em relação à violência que existe. Isso acontece porque as políticas públicas, que incluem delegacias especializadas e centros de referência, para que a mulher confie e vá denunciar ainda estão aquém da necessidade”, avaliou Maria da Penha Fernandes, que teve a história de vida como inspiração na criação da Lei Maria da Penha, que completará cinco anos em vigor. Em 1983, Maria da Penha ficou paraplégica após levar dois tiros do marido.
Atualmente, o país tem 388 delegacias especializadas no atendimento à mulher, 70 juizados de violência doméstica, 193 centros de referência de atendimento à mulher e 71 casas para abrigo temporário.
A pesquisa foi feita em 70 municípios brasileiros, com 1.800 homens e mulheres, entre 31 de janeiro e 10 de fevereiro. Para relatar a violência vivenciada, os entrevistados responderam um questionário sigiloso e devolveram o envelope lacrado.
.Andréa Jung, presidente mundial da Avon, Luis Felipe Miranda, da Avon Brasil, a ministra Iriny Lopes participaram da apresentação da pesquisa "Percepções sobre a Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil" em São Paulo, durante evento de comemoração dos 125 anos da empresa.
Fonte: com informações de agências
Leia a pesquisa "Percepções sobre a Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil"
Fonte: SPMulheres - Governo Federal
