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Fotógrafa procura mulheres vítimas de violência para ensaio
A colaboradora da CRIATIVA Adelaide Ivánova está em busca de figuras femininas de classe média, com alto grau de escolaridade, que tenham sido violentadas física, sexual ou psicologicamente. Nenhuma delas precisa mostrar o rosto
Marcela Farrás

Tratar deviolênciacontra a mulher nunca é fácil. Pelo mundo todo há casos terríveis de desrespeito físico e psicológico contra a imagem feminina. E foi pensando nisso que a fotógrafa - e colaboradora do blogVista, Sim!-Adelaide Ivánova(a Ivi) resolveu iniciar uma busca por mulheres que tenham passado por momentos difíceis diante de um marido, namorado, conhecido, etc.
Como parte de um projeto pessoal (ainda sem nome) que deve ser entregue no primeiro ano do curso de fotografia daEscola de Ostkreuz, na Europa, Ivi resolveu pesquisar o universo de jovens brasileiras de classe média, com alto grau de escolaridade, que tenham sofrido algum tipo de abuso - moral ou físico. "O que mais me impressionou quando eu comecei a busca foi que todas as minhas amigas conheciam alguémou sofreram algum tipo de violência e nunca tinham me contado", revela Ivi.

Há 2 meses entre Sergipe e Rio Grande do Norte à procura de personagens, a fotógrafa diz que conseguiu muitos contatos inicialmente, mas até agora só realizou quatro fotos. "Todas as mulheres começaram a se comunicar comigo cheias de interesse, mas muitas delas desistiram no meio do caminho por terem que lidar com a lembrança dos fatos", conta.
Mesmo com a garantia de que nomes não serão revelados, rostos não serão mostrados e, muito menos, o nome do agressor, Ivi enfrenta dificuldades para encontrarmais personagens. "Eu tenho umamotivação pessoalporque passei por isso e compartilho minha história apenas com estas mulheres, como uma forma de troca que ajuda a superar", diz Ivi.
Quem quiser fazer parte do projeto (que, a princípio, será divulgado apenas dentro da Escola de Ostkreuz) pode entrar em contato com a fotógrafa por meio deseu blog. Essa pode ser uma forma de apoio e ajuda a muitas outras mulheres que têm medo de enfrentar a vida depois de um ato de violência.