A Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Barreiras (a 857 km da capital), criada em 2007, vem registrando aumento no número de casos de agressão denunciados. Semana passada, ali, na sala de espera,  Luciane (nome fictício), 24 anos, com o filho de 6 no colo, era a imagem de desespero e medo. Ela foi denunciar o ex-companheiro, com quem conviveu cerca de um ano e que a ameaçava e agredia.

 

“Desde que a gente se separou, ele vem me ameaçando. Nunca se conformou com a separação e, praticamente todas as noites, ronda minha casa, batendo nas portas e janelas”, diz ela, afirmando que nunca havia feito a denúncia, porém, depois que ele quebrou a janela e entrou à força na casa, a ameaçando com uma faca, percebeu que era o momento de dar um basta naquela situação.

 

A delegada que responde pela Deam/Barreiras, Cláudia Duarte, fez um comparativo entre o número de ocorrências, enfatizando que, em janeiro de 2008, foram denunciados 27 casos e, em janeiro deste ano, 29 foram registrados. “No ano passado, 177 procedimentos foram instaurados e emitidos para a Justiça. Nós observamos o crescimento na procura mês a mês”.

 

Ela atribui este aumento não apenas à divulgação da lei e da existência da Deam, mas também ao acompanhamento psicossocial que as vítimas encontram “e esse amparo faz com que a mulher se sinta fortalecida para denunciar”. Ela destaca a rede de combate à violência doméstica com a participação de entidades sociais e salienta que o trabalho deverá ser aprimorado com a transferência da Deam para o Hospital Eurico Dutra “onde será instalado projeto-piloto, com construção da Casa Abrigo num centro integrado multidisciplinar”